Passamos por um momento muito delicado em relação à segurança pública (ou seria insegurança pública?), pois, todos os dias temos más notícias sobre a violência em nosso estado (RJ). Percebemos no olhar das pessoas a incerteza da segurança e o medo, antes elemento presente em filmes, jornais e telejornais, este passou a ser companheiro do cidadão carioca. Uma pergunta quase sem reposta nos assola: O que fazer?
A educação tem papel fundamental em tal resposta. É necessária uma política educacional séria e comprometida com a verdade, fundamentada na ciência e não no assistencialismo que o Estado insiste em manter em nome da necessidade que alguns políticos têm de se manter no poder.
O que precisamos, de fato, é de uma revolução intelectual, porém, sabemos que grandes revoluções não ocorrem à curto prazo, são necessários investimentos e paciência. Nossos governantes sabem o que fazer e só não o fazem por medo de que a verdade atrapalhe seus planos de perpetuar-se no poder.
Podemos, portanto, afirmar que o Estado cria seus “monstros” e depois não consegue controlá-los, fundamentando a necessidade de puni-los como vítimas de um sistema que teima em representar uma figura redonda tentando se encaixar num espaço quadrado.
Enquanto a sobriedade não chega aos órgãos competentes, para que uma real atitude seja reflexo da mudança que vai proporcionar a sociedade maior tranqüilidade, precisamos nos manter atentos, de olhos abertos e, infelizmente, com medo, pois o medo é um virtual escudo protetor que as vezes nos mantém vivos.
É muito ruim conviver com o pavor, as vezes não tememos por nossa vida, mas pela vida daqueles que amamos. Nesse sentido nossas orações são “armas” preciosas. Não basta simplesmente um apelo religioso, como se a oração fosse uma mágica capaz de retirar toda maldade do mundo. Acredito que a “maldade” vai sair do mundo quando as mesmas mãos que a fizeram entrar tomarem uma postura humana, sem a defesa de seus próprios interesses.
Ser um profissional da educação numa sociedade hostil que prima por seus próprios interesses é, sem dúvida, um grande desafio. E o que dizer da covardia do Estado que nos oprime com tantos impostos que escoam pelos ralos da corrupção e não servem numa saúde desqualificada ou na falta de segurança, ou ainda numa educação falida que reflete nossa fraqueza e nossa própria ignorância. É fato, e triste fato, que o país do futebol é também o país do governo ausente, que nos força, através de uma paixão, esquecer as outras paixões e quando protestamos somos guiados por falsos líderes que são frutos do nosso sistema falido de educação.
Tenho medo de que minha reflexão se transforme em desabafo, porém, estamos vivendo um momento de regresso na moral humana. Aqueles valores que sempre foram vitais para a boa educação estão sendo transformados em armas contra as famílias e as instituições de ensino.
A esperança está no despertar do humano dentro da própria humanidade. É preciso que eu pare de lutar pelos meus direitos e passe a lutar pelo direito de todos.
Professor Marcelo Antonio
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