Adoro o poder das palavras… Adoro o poder da palavra resiliência… Ela representa a capacidade de nos transformarmos após cada gigante onda que possa ser lançada sobre nós. Assim como os metais, também temos o poder de nos transformarmos em outras peças. Não é porque o que desejamos não veio que devemos pensar que nunca virá. Na verdade, somos seres sob o comando do relógio do tempo e das circunstâncias sociais. Parece que há data marcada no calendário para tudo. Se o vizinho, por exemplo, realizou um feito e você na mesma idade dele não realizou, não faz e nem se vê na possibilidade de fazer…Pronto! Mais uma razão para as cobranças cruéis e exageradas diante do espelho. Quanta energia gasta em vão! Haja metal para ser moldado em outra peça! Queremos que toda a força positiva da energia cósmica caia sobre as nossas cabeças e nos traga aprendizado e acalanto de forma infantilizada e que venha no formato cafuné/colodemãe… Já sofremos demais com os males da existência e, por isso, é hora de pensar em recompensa! Quanta bobagem! Como somos crianças tentando ser adultos. Queremos o mundo, queremos o maior amor, os beijos mais lânguidos… Queremos mais e mais e não nos preocupamos com a procedência desse “mais”…
Há pouco estado de alerta em nós para nossas próprias necessidades…Ficamos sempre a esperar que o outros façam pela gente. “ Eu quero amar”, “ Não quero sofrer”…Queira Deus que entendamos que sofrer faz parte da nossa evolução enquanto ser. Precisamos entender que a vida não é novela ( apesar de que a minha daria uma com espetacular audiência), precisamos parar de prolongar o tempo de espera e de moldagem em formas novas, precisamos entender que se o amor que nos dão não é desesperadamente meloso e Hollywoodyano não é porque não o mereçamos, mas porque cada um transmite do seu jeito a sua forma de amar. De que forma transmito meu amor por mim? Será que é preciso se desestruturar na ânsia vã de encontrar-se de pé depois do furacão? Melhor é refazer-se utilizando no próprio vocabulário muitas e muitas vezes a palavra resiliência…
(Nádia Dupont)
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